A planta comigo-ninguém-pode, famosa por espantar mau-olhado e atrair boas energias, foi inspiração para a cantora e compositora Nana, 27, lançar seu disco mais recente, “CMG-NGM-PDE”, sucessor de “Pequenas Margaridas” e do EP “Berli(m)possível”. O álbum leva um tanto da quentura e da bossa brasileira à Europa, onde a baiana reside (Nana mora em Berlim, Alemanha).
Gravado em São Paulo e produzido pela própria artista ao lado de Habacuque Lima e da mixagem impecável de Diogo Strausz, é um disco pra cima, confiante. As participações especiais da Lulina (se não conhece, faça o favor a si mesma de conhecer Lulina) e do Felipe S. (Mombojó, outra jóia nacional) reforçam o tom ensolarado e irreverente do disco, “menos ingênuo e melancólico”, nas palavras da artista, do que os trabalhos anteriores. Descubra tudo aqui.
Nos estilos musicais, passeios por marchinha, bossa nova, jazzy – com direito a gemidos inspirados em Serge Gainsbourg -, disco music, chorinho com pitadas de ironia e humor, samba e indie rôque. Tudo embalado pela voz doce de Nana e suas composições, autorais, que ora nos levam a lentos passeios pela praia de Copacabana, ora pela noite berlinense e sua intensa cena eletrônica.
“Uma das mudanças que sinto em relação aos trabalhos anteriores, é que tenho muito mais conhecimento do que posso fazer no computador. E isso me ajudou a pensar de forma mais criativa, fugindo de um som puramente técnico, trazendo experimentações”.
Ao fim da audição do disco, pairam certa leveza e energia no ar. “CMG-NGM-PDE” nos deixa com um gosto de sol, mas com a sensação de que a luz também vem de dentro.
Ouça “CMG-NGM-PDE”: