Letrux, Mulamba e Dona Onete: elas e outras mulheres igualmente incríveis foram entrevistadas no nosso pequeno compilado de experiências no Psicodália 2019, são quinze minutos de vídeo para ser mais exata. E é só o começo das lembranças que temos desse rolê inesquecível porque, além de público, também estávamos indo como banda (GALI), como integrantes de um coletivo audiovisual de mulheres performáticas (Casarelas) e como jornalistas (SÊLA) para captar esse minidocumentário. Uma aventura 360 graus que tinha como cenário as famosas araucárias do sul, em plena Fazenda Evaristo – Rio Negrinho (SC) há poucos quilômetros de Curitiba (PR), carnaval de 2019.
Assista ao minidocumentário feito pela SÊLA em parceria com as Casarelas:
Éramos em 14 campistas: Camila Garófalo, Theo Charbel, Larissa Conforto, Leo Otero, Gabriela Pessoa, Maria Moreira, Raquel Alves, Érica Silva, Liz Oliveira, Luanna Zambelli, Mari Rosa, Mari Piuí, Gabriela Augustha, Pedro Ivo. Musicxs, Apresentadorxs, Performers, Editorxs e Cinegrafistas (vale a pena conferir a Ficha Técnica na descrição do vídeo no YouTube) mas também fãs, instantâneos, de um festival que cultiva valores positivos para o mundo: tem banheiro seco, sistema de compostagem e profundo respeito pela natureza.
Quando tem uma união forte o trabalho vai em frente. O Coletivo vale muito. (Dona Onete, Psicodália, 2019

Além de conviver com o coletivo por quase uma semana, também seguíamos firme na missão de colher depoimentos de mulheres na música. Em parceria com as Casarelas, coletivo audiovisual de mulheres performers, o minidocumentário SÊLA traz, ao longo dos seus 15 minutos, uma coleção de depoimentos encorajadores, feito por mulheres artistas, técnicas de som, gestoras, produtoras, cantoras, compositoras, instrumentistas e toda a cadeia produtiva da música que se alimenta ao realizar um Festival como esse.

Mulher tem menos ego quando toca. (Lucinha Turnbull, Psicodália, 2019)


Recentemente foi anunciado que não teria Psicodália no ano que vem. Uma nota oficial postada nas redes sociais explicou melhor o caso e, por hora, o que sabemos é que pelo menos em 2020 não haverá uma próxima edição. Podemos dizer que o festival “vem passando por uma grande reconfiguração, envolvendo quadro de sócios, direção, coordenação, formato de gestão, etc.”
O que nos resta a fazer é sentir falta desse Psicodália, um festival que não trabalha com patrocínios. Você não vê logomarca em lugar nenhum. Ironicamente (ou não) você também não encontra nenhum lixo no chão. É um festival que mistura linguagens artísticas, oferece oficinas de capacitação, alimentação saudável, trilhas e cachoeira paradisíaca e trocas colaborativas de arrepiar.
Para confortar o coração foi anunciado recentemente o Libélula Festival, idealizado por Alexandre Osiec, um dos sócios do Psicodália. O evento será na virada do ano, entre 27/12 e 1/1. O local é uma reserva ecológica incrível na serra do mar entre Paraná e Santa Catarina, 81 km de Curitiba, 73km de Joinville. Tem rios (inclusive um com argila medicinal), cachoeiras, lagos, sistema de agrofloresta (ou seja, alimentação orgânica durante o festival), lugar para camping, tudo isso no meio da mata atlântica.
Hoje foi anunciada a primeira atração do Festival, Cátia de França. A gente começa a desconfiar que no Libélula também vai ter um line up com tão mulheres poderosas quanto no Psicodália. Pelo menos é o que nós, mulheres da música, desejamos.

Esse é o lema da mulher de hoje: atrevida e abusada! (Dona Onete -Psicodália 2019)